27 de outubro de 2016

Sereno Adamastor


Sereno Adamastor


Um sol brincalhão que surpreendia pelas costas,

rodava trocista sobre a cabeça de quem por ali parava,

e num abrir e fechar de olhos lá estava ele mais à frente;



Atravessava a ponte entre duas encostas,

e sorria por uma última vez naquele dia ao Criador que o abraçava,

para finalmente no leito do rio morrer ainda quente;



Adamastor descansava agora sereno,

outrora relâmpago no alto mar,

agora abrigo nocturno de quem se perde no Bairro Alto;



E de dia lar de velhos de rosto moreno,

cheios de uma vida cansada de amar,

a alguém que os espera já em sobressalto;



Pedro Ferreira © 2016

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